Enquanto comemos, nem nos damos conta de que muitas delícias servidas em refeições cotidianas
No Brasil, todo mundo sabe um pouquinho da história da feijoada, um dos pratos mais tradicionais do país. Esse é um bom exemplo de como a gastronomia pode ser usada como forma de contar a história de um povo ou simplesmente acrescentar um pouco mais de “sabor” às refeições de alguém.
Mas é claro que, durante o almoço, nunca nos lembramos de pensar sobre a origem histórica dos alimentos que foram servidos, especialmente se estiverem bem preparados. Afinal, muita gente gosta mais de batata do que de estudar. Seja como for, preparamos uma lista com a história de alguns alimentos comuns e que estão repletos de curiosidades. Vamos à degustação!
1. Chocolate: dos nativos mesoamericanos para o mundo
O Brasil é um grande produtor de cacau e, talvez por isso, o chocolate acaba sendo uma das guloseimas mais apreciadas pela população. Porém, a origem desse doce se dá na América Central, muito antes dos europeus chegarem.
Antigamente, o chocolate era consumido pelas civilizações pré-colombianas na forma de uma bebida quente e amarga, consumida principalmente pela nobreza desses povos. Os maias, por exemplo, ingeriam a bebida temperada com baunilha e pimenta, e acreditavam que o “elixir” era afrodisíaco e capaz de combater a fadiga.
Com a chegada dos europeus, os colonizadores começaram a apreciar a bebida dos nativos, mas adaptando-a aos seus gostos: adoçaram com cana-de-açúcar, canela e anis, tornando-a mais apetitosa. Para transportá-la aos seus países de origem, os estrangeiros usavam uma antiga técnica asteca: prensavam o pó em pequenos tabletes que eram depois diluídos em água na hora de tomar.
A bebida era apreciada pelos espanhóis em segredo, estando restrita apenas à aristocracia do país. Com o passar do tempo, ela começou a se popularizar e chegou à Itália em 1600, espalhando-se, mais tarde, para França, Inglaterra e outros países. Foi só no século 17 que a bebida acabou se transformando em um doce mais parecido com o que comemos hoje.
2. Hambúrguer: paternidade indefinida
O lanche mais popular do mundo nasceu por causa das necessidades de uma sociedade cada vez mais industrial, em que as pessoas não tinham muito tempo disponível para comer. Esse sanduíche passou a ser consumido entre o final do século 19 e início do século 20, e causou tanto impacto no mundo que criou o conceito de fast food e uma nova modalidade de negócios: a franquia de lojas.
Quanto à pessoa responsável pela criação do lanche, fica difícil dizer com certeza. Basicamente, as reivindicações de autoria do lanche datam do período entre 1885 e 1904 e, apesar de muito distintas, acabam sempre tocando em um ponto em comum, como o fato de que o sanduíche era vendido em parques, feiras e outras ocasiões repletas de vendedores de rua.
Um dos possíveis pais do hambúrguer é o Charlie Nagreen, de Seymour, Wisconsin. Nascido em 1870, esse cidadão norte-americano vendia esse tipo de sanduíche quando tinha apenas 15 anos, em um festival da cidade. A ideia surgiu quando ele percebeu que seus bolinhos de carne não estavam vendendo bem porque as pessoas não queria parar de andar pela feira de Seymour. Assim, Nagreen teve a brilhante ideia esmagar e colocar o bolo de carne no meio do pão, para que as pessoas pudessem comê-lo mesmo em movimento.
Hoje, a cidade conta até mesmo com uma estátua em homenagem a Nagreen, que vendeu seus hambúrgueres até 1951, quando faleceu.
3. Iogurte, inventado por acidente
As origens do iogurte também são desconhecidas, mas acredita-se que ele tenha surgido por acidente. Algumas análises sugerem que a bactéria responsável pela criação do alimento surgiu na superfície de uma planta e, muito provavelmente, o leite acabou se infectando com ela de alguma maneira.
A maior parte das pesquisas aponta a civilização neolítica da Ásia Central como sendo a mais antiga a fabricar esse alimento, por volta de 6 mil a.C. Já a primeira produção industrial de iogurte é atribuída à empresa Danone, de Isaac Carasso, em 1919, na Espanha.
4. Croissant e suas lendas
Essa especialidade francesa tem sua origem no kipferl, um alimento austríaco que era muito popular no século 13 e possuía formas diversas, com ou sem recheio. O croissant propriamente dito nasceu no ano de 1839, quando o oficial austríaco August Zang fundou uma panificadora em Paris. Como seus kipferls começavam a vender bem, muitos franceses decidiram imitar o produto, que acabou se popularizando na forma de uma lua crescente e, por isso, ganhou o nome de croissant .
Mas o interessante mesmo são as lendas que circundam esse alimento. A mais conhecida delas diz, por exemplo, que o croissant foi inventado na Europa para celebrar o fim da expansão muçulmana durante a Batalha de Poitiers. Ou então que foi na Áustria mesmo que o “salgado” foi criado, em 1683, para comemorar a derrota dos otomanos pelas forças cristãs durante a Batalha de Viena.
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