A natureza está cheia de feras terríveis que parecem querer te matar (e a maioria delas quer mesmo). Essas bestas, pelo menos, são honestas. O grande problema são aqueles animais que aparentam ser completamente inofensivos – até mesmo adoráveis –, mas possuem poderes secretos que revelam os monstros malditos e seres alienígenas assassinos que eles realmente são. Descubra os 6 exemplos mais assustadores.
6. As estrelas do mar são assassinas e carnívoras com um estômago removível
Para muitos de nós, as estrelas do mar são pouco mais do que criaturas sem cérebro, cegas, surdas e sem cabeça que se sentem em casa lagarteando à beira-mar ou relaxando no fundo do oceano. Se elas pudessem falar, soariam exatamente como o Patrick, melhor amigo do Bob Esponja. É quase impossível uma criatura ser menos intimidante do que uma estrela do mar. Porém, isso faz parte do seu cruel plano de mestre. Você provavelmente não conhece a fundo os hábitos alimentares de uma estrela do mar.
Elas são comedoras de carne vorazes, consumindo qualquer coisa que consigam capturar: ostras, peixes, caracóis…. Se nós, seres humanos, fôssemos suficientemente pequenos, as estrelas do mar provavelmente também nos comeriam. Talvez você esteja se perguntando como elas digerem o material, uma vez que as parentes do Patrick não possuem dentes, mandíbulas ou algo remotamente parecido com a boca. Simples: elas cospem seu pegajoso e ácido estômago para fora de seu corpo, capturam sua presa e a digerem por horas, às vezes até dias.
Uma espécie de estrela do mar, a Stegnaster inflatus, engana suas presas elevando seu corpo e ficando com a aparência de uma pequena e adorável tenda. Quando a refeição do dia pensa que encontrou um abrigo seguro para se esconder dos predadores, ela é assassinada por pura ironia, e, em seguida, lentamente digerida de forma horrivelmente dolorosa.
A espécie Labidiaster annulatus, que mais parece uma enorme aranha marinha, apesar de ter toda a velocidade e a agilidade de, bem, uma estrela do mar, consegue capturar animais bem velozes quando passam por ela.
O segredo está nas pernas, inteiramente revertidas em uma espécie de dente. Estas armadilhas orgânicas são conhecidas como pedicelos e osLabidiaster são completamente cobertos por eles. Isso explica como são capazes de deter tanta presa: se uma garra não consegue aprisionar o animal, há milhões de outras para não deixá-lo escapar.
5. As lulas deixam seus tentáculos lutarem contra o inimigo enquanto elas dão o fora
Ao contrário das lulas gigantes, a espécie
Octopoteuthis deletron não parece ser capaz de ferir uma mosca. É só uma lulinha comum, certo? Até esse esquema meio estranho de ter um olho só chega a ter seu charme.
Bem, acontece que o olho é a única parte inofensiva desta menina malvada. Isso por causa da capacidade que essa espécie possui, chamada de autotomia. Você conhece esse fenômeno por causa das lagartixas, que perdem suas caudas quando estão em uma situação de perigo. O que essas lulas fazem, no entanto, é um pouco mais cruel. Em poucas palavras, elas deliberadamente desprendem seus próprios membros, deixando-os livres para que possam matar à vontade, enquanto dono já foi embora. Pelo que sabemos, este é o único animal capaz de fazer isso – o que é, talvez, a única boa notícia.
Imagens mostram o tentáculo parecendo muito vivo mesmo fora do corpo da lula. O animal pode, a qualquer momento, tirar fora uma parte ou a totalidade de tantos membros quanto ela quiser. E é aqui que começa a onda de assassinatos. As farpas enfileiradas em praticamente toda a extensão dos tentáculos machucam. Bastante. Uma vez separado de seu dono, o membro passa a se mexer de forma completamente frenética, balançando em todas as direções possíveis. Como uma minhoca fatal e irracional, os tentáculos cortados continuam a fincar seus espinhos em qualquer coisa que passe à sua frente.
E isso significa realmente qualquer coisa mesmo. O vídeo abaixo mostra uma lula desprendendo dois de seus membros para atacar uma escova de limpeza, uma perigosíssima ameaça à vida desses animais.
Ah, e isso não é apenas um espetáculo destinado a distrair a presa. Os tentáculos ambulantes têm ordens para matar, sem dó. Lembre-se de que esta lula não é muito grande, por isso é muitas vezes prudente dar o fora quando um inimigo chega. Melhor ainda, porém, é fugir e ainda deixar um pedaço de você lutando.
Após o corpo principal da lula ir embora, os membros soltos continuam atacando e ferindo o inimigo até que ele morra – ou pelo menos até ele ficar mutilado a ponto de não conseguir mais se recuperar, o que é ainda mais cruel. E, assim como aquele gerente da firma que leva o crédito por um projeto que seus funcionários fizeram 99% do trabalho, a própria lula retorna para terminar o trabalho e comemorar a conquista em grupo.
4. Os caracóis possuem uma cruel motosserra na boca
A menos que você plante pepinos, provavelmente não teme caracóis. Eles são um pouco viscosos, de olhos arregalados e muito deliciosos quando cozidos da maneira certa. Na pior das hipóteses, eles lembram quantidades gigantes de catarro que ganharam vida e lentamente começaram a deslizar por aí. Isso é certamente nojento, mas não é horrível o suficiente para render pesadelos, certo? Bem, diga isso para a minhoca abaixo, que está prestes a ser devorada por este caracol.
Isso, crianças, é o chamado “caracol âmbar” (Powelliphanta), nativo da Nova Zelândia (caso você precise de mais um motivo para não ir para lá além dos 12 mil quilômetros que nos separam). Ele lentamente persegue sua presa (às vezes em plena vista, se a tal vítima for cega ou estúpida o suficiente para não perceber um caracol querendo comê-la) e de repente a ataca, engolindo-a em uma só mordida. Mas não é tanto o que ele come, e sim como ele come. Acontece que a boca do caracol neo-zelandês é uma câmara de tortura medieval.
Lembra que você aprendeu na escola que o caracol possui uma espécie de língua afiada chamada de rádula? Pois bem, ela é mais parecida com uma serra elétrica do que com a língua do seu gato.
A tal rádula é completamente coberta de lâminas afiadas que se sobrepõem, operando como uma motosserra em câmera lenta que descasca a pele de suas vítimas de maneira agonizante, uma camada por vez. Então, nos 30 segundos do vídeo acima em que uma parte da minhoca estava pendurada do lado de fora da terrível boca do caracol, a parte da frente estava sendo esfolada viva, de modo a tornar a digestão mais fácil.
Mas não pense que é apenas o caracol da Nova Zelândia que tortura suas vítimas desse jeito. Há também a espécie Euglandina rosea, conhecida como “caracol canibal” – você já deve imaginar o que eles fazem. Os exemplares dessa espécie foram enviados para o Havaí, a fim de erradicar um grupo invasivo de caramujos africanos. No entanto, eles fizeram isso e muito mais, mastigando e comendo praticamente qualquer coisa parecida com um caracol e, consequentemente, decretando a extinção de centenas de espécies.
E não para por aqui! Mesmo criaturas fortemente protegidas não são páreo para esses demônios viscosos. Caracóis que habitam perto do litoral já foram recentemente observados preparando uma emboscada e pulando em cima de caranguejos, encharcando-os na lama até que eles não pudessem mais escapar, e utilizando aquelas línguas malditas de motosserra para perfurar um buraco através da casca da vítima. Assim, eles são capazes de raspar até chegarem à carne do caranguejo. E, a julgar pelo vídeo abaixo, parece que os caranguejos permanecem vivos durante o tempo todo, porque a natureza curte uma crueldade gratuita.
3. As salamandras são crocodilos disfarçados
Ouunn, olha para essa coisa fofinha! Esqueça que a salamandra é um animal viscoso e de sangue-frio por um segundo e olhe para aqueles olhos de cachorrinho. De maneira alguma essa criatura poderia fazer algum mal, certo? E mesmo se elas tiverem dentes, são provavelmente pequenos dentes inofensivos, úteis para mastigar insetos pequeninos e só, correto?
Hum… não. Esses bebês adoráveis são basicamente crocodilos em miniatura. Com suas mandíbulas fortes e seus dentes afiados, uma salamandra arbórea pode facilmente extrair o sangue de um ser humano e definitivamente conseguiria nos comer se fosse um pouco maior. Isso porque elas realmente gostam de um bom pedaço de carne. Em sua maioria, as salamandras arbóreas se alimentam de insetos, vermes e outros invertebrados, mas não veem problema algum em sair um pouco da dieta ao fazer uma refeição com anfíbios, em particular com outras espécies de salamandras – essas sim inofensivas.
Imagine quão desagradável é você ter uma prima psicopata de dentes afiados que come seus semelhantes. A salamandra arbórea é descrita como “agressivamente territorial”, muitas vezes causando cicatrizes de batalha após desentendimentos com sua própria espécie. Se você deixar dois desses animais juntos em uma gaiola, eles provavelmente vão tentar matar um ao outro – ou pelo menos morder o rabo do outro, porque aqueles dentinhos afiados precisam servir para alguma coisa.
2. Os ratos perdem sua pele e depois a regeneram como Wolverine
Nem todo animal precisa ser um assassino para ser assustador. Um exemplo disso: os ratos do gênero
Acomys – que mais parecem adoráveis filhotes de hamster (iguais aos do seu sobrinho) com um porco-espinho. Esses ratos são pequenos habitantes tímidos do deserto que, basicamente, levam uma vida de rato normal. Isso até o inimigo se aproximar.
Uma vez detectada a ameaça, eles mostram o porquê de figurarem nesta lista. Os ratos Acomys possuem um incrível (e assustador) poder de mutilar seu próprio corpo se atacados ou ameaçados. E não apenas um pouco. Eles têm o poder de rasgar 60% de sua própria carne se for necessário.
Quando agarrados por um predador, os ratos deixam cair imediatamente pedaços inteiros de seu pelo, sua pele e carne subjacente enquanto o resto do seu corpo, todo cheio de feridas e em carne viva, foge da ameaça animal. O predador, por sua vez, fica segurando um pedaço de pele que é quase completamente intragável devido ao fato de ser coberta de espinhos afiados. Este fenômeno é conhecido oficialmente como “zona deformável”, embora uma vez que praticamente todas as partes do corpo do rato podem ser descartadas sem cerimônia, “zona” pode ter sido uma escolha errada de palavra.
Bem, mas se você se lembra da lula assassina do número 5 ou da lagartixa que aparece no quintal da sua vó e perde o rabo quando você tenta encostar nela, sabe que esse truque de deixar parte do corpo por onde passa não é novidade. No entanto, o que você diz da capacidade de regenerar completamente toda e qualquer carne perdida em um curto período de tempo?
Sim, muito parecido com Wolverine, o rato do deserto começa a curar suas feridas quase que imediatamente, levando apenas três dias para regenerar a carne e a pele perdidas. Demora um pouco mais para o pelo voltar a crescer, mas mesmo assim esse tempo não passa de um mês, se tanto. Naturalmente, o pelo aparece novamente com a mesma exata cor e textura do original, um segredo que valeria ouro para a maioria dos homens de meia-idade. Mesmo se para isso eles tiverem que perder um pedaço de seu corpo primeiro.
Na verdade, não estamos brincando quando dizemos que os seres humanos podem aprender alguma coisa com estes ratos. Esta é uma espécie de mamíferos que pode regenerar completamente a sua própria cartilagem, a pele, os folículos pilosos, glândulas sudoríparas – e tudo isso sem sequer deixar uma cicatriz.
Estudar esses bichinhos poderia muito bem desenvolver a ciência por trás da regeneração de órgãos humanos. Não há garantia alguma de que no futuro poderemos perder nossa própria carne também, porém os mais otimistas já podem esperar o momento em que arrancaremos nossos braços apenas por querer assustar nossa avó no Natal.
1. As joaninhas são covardes, venenosas e carnívoras
Joaninhas são brilhantes, coloridas e bonitinhas. Elas disputam pau a pau a liderança da lista dos insetos mais socialmente aceitos com as borboletas. Se você chamar uma menina de joaninha, ela vai tomar isso como um sinal de amor e carinho – muito diferente do que se você chamá-la de, digamos, pernilongo. Outros insetos pequenos, porém, não são exatamente fãs da beleza da Dona Joana. Na verdade, se você pudesse falar com um inseto e lhe perguntar sua opinião em relação às doces criaturas pintadinhas, ele provavelmente gritaria e sairia correndo (ou voando). Porque existe uma boa chance de a joaninha querer comê-lo.
Estritamente carnívoras, as joaninhas possuem uma dieta composta principalmente de bichinhos macios, indefesos, “viscosos, mas gostosos” – como ácaros e pulgões. Seus corpos rechonchudos e bamboleantes são uma espécie de cúpula protetora, permitindo-lhes se instalarem no meio de um bando de formigas e livremente massacrarem sua população, mesmo sendo bem maiores. Ou seja, não apenas são as joaninhas assassinas impiedosas, como são covardes agressoras também.
Confira diversos pulgões-bebê sendo mandados goela abaixo por uma impetuosa joaninha.
Mas pelo menos elas ainda têm aquelas bolinhas bonitinhas, né? Bom… não é bem por aí. As manchas não são nada além de um aviso para os outros animais que as joaninhas possuem um gosto horrível e são venenosas. Esse veneno não pode nos ferir, mas pode definitivamente fazer mal a qualquer inseto que a joaninha considere uma ameaça.
No caso de o sinal visual não ser suficiente, as joaninhas podem recorrer aos seus próprios fluidos corporais tóxicos, que são lançados na boca de um predador. Elas são capazes de usar esse golpe baixo até mesmo com joaninhas rivais, infectando-as com um fungo venenoso que as matam e depois vão atrás dos filhotes das vítimas.
Ah, falando em filhotes. Como é frequente o caso de criaturas diabólicas, as joaninhas também são canibais malditas. Mas elas não alimentam seus filhotes com o cadáver de um adulto que simplesmente envenenaram até a morte como uma espécie canibal normal. Não, elas atacam os ovos, ou seja, seres que ainda nem vieram ao mundo, indefesos e imóveis. A presa perfeita para o belo valentão do mundo dos insetos.