Pense em um lenço estranho, de uma pessoa desconhecida, pingando um catarro amarelo. Agora sente e respire, pois essa imagem não chega nem perto das três primeiras coisas mais nojentas no mundo. Acredite se quiser, pessoas universalmente acham outras imagens muito mais nojentas.
Esse ranking das coisas mais nojentas do mundo foi realizado por cientistas. Pesquisadores ingleses aplicaram um teste online com mais de 80.000 pessoas de 172 países para determinar exatamente o que era mais nojento de se observar/tocar.
O teste apresentava 20 imagens de coisas consideradas repulsivas. As imagens incluíam fotos de ferimentos de pele, insetos como vespas, piolhos e vermes, e uma tigela de sopa cheia do que parecia ser um fluido corporal.
Durante o teste, os participantes responderam a pergunta “Como você se sente sobre tocar isso?”, sendo que a resposta avaliava o nível de repulsa da pessoa em uma escala de 1 (não é desagradável) a 5 (muito desagradável) para cada imagem.
Não surpreendentemente, a foto mais nojenta de todas, avaliada com uma pontuação perfeita de 5, foi de uma gengiva infestada com larvas de mosca. Uma ferida aberta ficou em segundo lugar, com uma média de 4.6.
Segundo os pesquisadores, o nojo, projetado pela evolução, serve para manter os seres humanos longe de parasitas que podem lhes fazer mal. Assim, é normal que as pessoas fiquem mais enojadas com a representação visual de uma invasão de parasitas e com uma ferida purulenta aberta.
A foto da gengiva infectada com vermes é a mais clara representação de uma invasão de parasita. Os pesquisadores dizem que a imagem funciona como um aviso de que este indivíduo representa uma clara ameaça de doença, então as pessoas instintivamente querem evitar isso.
Para testar essa teoria, a pesquisa também incluiu sete pares de imagens, sendo que em cada par havia uma imagem que evocava doença. Por exemplo, uma imagem de um prato aparentemente cheio de fluidos corporais foi emparelhada com uma imagem de outro prato com um fluido viscoso contendo um corante químico azul.
Como a cor azul raramente ocorre na natureza e nunca foi associada com ameaças de doença em nosso passado evolutivo, as pessoas não têm razão para achá-la nojenta. Os resultados confirmaram esse pensamento científico: o prato com fluido azul apareceu no ranking como o menos repugnante.
Outro par mostrava duas fotos de um homem saudável, sendo que uma delas foi alterada digitalmente para fazê-lo parecer doente, suado e com manchas vermelhas na pele. A foto alterada foi classificada mais de duas vezes mais repugnante do que a regular. Da mesma forma, uma foto de um ferimento de queimadura limpo foi classificada como um ponto menos nojenta do que a foto do ferimento supurando.
Globalmente, mais de 98% dos participantes consideraram as imagens que lembravam doença tanto quanto ou mais nojentas do que seus pares correspondentes. Estes resultados confirmam a crença dos pesquisadores de que milhares de anos de evolução levaram os seres humanos a aprender a evitar coisas e situações que podem causar doenças. A repulsa é uma forma dos humanos manterem uma boa higiene, evitando doenças.
Os pesquisadores também comentam que as causas de infecção são invisíveis, por isso as fotos demonstravam pistas que “dizem” aos seres humanos para ficar longe de coisas ou situações que podem lhes fazer mal. Por exemplo, é por isso que um trem cheio foi classificado como mais nojento do que um trem vazio; estar em um lugar cheio de gente pode aumentar as chances de uma pessoa de contrair uma doença.
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