Você já se perguntou como o seu bichando vê o mundo? Ele tem dois olhos, como nós, que apontam para a frente, como nós (dizemos que eles têm visão binocular e estereoscópica), mas será que eles realmente veem as coisas como nós?
Foi para responder a estas perguntas que o artista gráfico Nickolay Lamm produziu estas imagens, assessorado por oftalmologistas especializados em animais.
O resultado é interessante. Se comparados conosco, os gatos têm vantagem em alguns pontos, e em outros perdem feio.
Nas imagens a seguir, a simulação da visão humana é a imagem de cima, e a debaixo é a dos gatos.
Começando com o campo de visão, os gatos estão em vantagem. O nosso campo de visão é de 180°, e a visão periférica compreende 20° de cada lado, representado na imagem por um trecho borrado. Já o campo de visão felino se estende por 200°, e a visão periférica é de 30° em cada lado.
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Outro ponto para os gatos está na visão noturna. Eles conseguem ver oito vezes melhor que nós em um cenário de pouca luz, pois tem um maior número de bastões, uma pupila elíptica, uma córnea e um tapetum maiores.
Quanto a acuidade visual, nós temos a vantagem – conseguimos ver imagens nítidas a distâncias de 30 a 60 metros, mas o gato tem que chegar mais perto, a 6 metros. A acuidade visual do gato está entre 20/100 e 20/200 (vê algo que está a 20 pés ou 6 metros da mesma forma que alguém com visão normal veria este algo a 100 ou 200 pés, ou 30 a 60 metros). Só para comparação, alguém com acuidade 20/200 ou pior no melhor olho é considerado portador de deficiência visual/cegueira.
Quanto às cores, acreditava-se que os gatos fossem dicromatas, como os cães e os humanos protanópicos. A visão deles apresenta picos de sensibilidade nos comprimentos de onda de 450-454 nm (azul-violeta) e 500-561 nm (verde-amarelo). Mas pesquisas recentes sugerem que eles tenham um terceiro tipo de cone, com pico de sensibilidade em 500-520 nm (verde).
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Isto indicaria que os gatos também seriam tricromatas, mas não do mesmo jeito que os seres humanos (os cones não estão muito distribuídos e todos estão no intervalo violeta-amarelo). Os gatos veriam como os seres humanos protanópicos que só veem azuis e amarelos (cegos para o vermelho), mas com alguma cor verde por conta deste terceiro tipo de cone.
Outro ponto a nosso favor: temos muitos cones. De fato, a região da fóvea é recoberta só de cones. Isto nos permite perceber o ambiente diurno com cores brilhantes e muitos detalhes. Os gatos têm poucos cones, e não têm uma fóvea, apenas uma “area centralis”, que têm cones, mas ainda assim são poucos.
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Só que esta abundância de bastões dá aos gatos outra vantagem: eles percebem movimentos muito mais rapidamente que nós, e mesmo em ambientes com pouca luz, eles conseguem detectar quando uma presa que estão perseguindo muda de direção.
Por outro lado, coisas que se movem lentamente não são percebidas pelos gatos. Como se vê, o gato é um caçador que está adaptado a perseguir presas rápidas mesmo em ambientes de pouca luz.
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